Mil Vezes Adeus - John Green

Wowww! - acho que esta é a palavra que melhor descreve o que senti ao ler este livro.
Onomatopeia de entusiasmo, de surpresa, de choque, de agridoce. Ler este livro é, à semelhança dos restantes de John Green, agridoce. É rir e chorar. É adorar e odiar. É mexer com todos os nossos sentimentos. É chegar à última página, fechar o livro e ficar a pensar em tudo: na história, nas personagens/pessoas, no que se passou e no quão real aquela ficção estava a ser para nós até que ... chegamos à última página e de facto abrimos os olhos e tentamos racionalmente pensar: «Isto é ficção, não chores

John Green esteve 5 anos sem publicar nada. Não sei se passou todos esses anos a trabalhar neste livro, mas não me surpreenderia se assim fosse. Mil vezes adeus é um livro, acima de tudo, intenso. Toda a história é muito centrada numa única pessoa: Aza. Nós vemos a Aza, ouvimos a Aza, conhecemos a Aza e arrisco-me a dizer que chegamos mesmo a sentir a Aza. E sentir a Aza é duro, "é cansativo".
A Aza tem 16 anos e sofre de uma doença mental. Esta doença não ganha um nome mas é representativa da doença do autor - Transtorno Obsessivo-Compulsivo, ganhando por isso um significado especial.
A história tem ação, tem mistério e aventura; tem amizade e romance. Mas assim de tudo, trata-se de Aza. Sempre.

Talvez eu seja suspeita por sempre ter tido um especial interesse por doenças mentais, mas achei que Green teve uma coragem e capacidade enormes para transmitir tudo aquilo que podemos ler. Não é fácil, ou imagino que não seja, descrever uma vida como a de Aza com a exatidão e a transparência que aqui se encontram.

Quando se chega ao fim, não se encontra o que se esperava, ou pelo menos eu não encontrei. Porque uma vez mais, Green não nos dá um final feliz, mas sim um final real. E escreve-nos na primeira pessoa, assume o papel de Aza e descreve tudo aquilo que resume o sofrimento de qualquer adolescente: daqui a uns anos, vamos estar bem; o problema é que agora não sabemos isso.

The New York Times disse tratar-se do «mais espantoso romance de John Green». Quanto a isso não sei porque ainda estou arrebatada com À Procura de Alaska, mas certamente que este é um dos romances mais genuínos e surpreendentes do autor. 
Por agora, digo adeus a John Green "e nunca ninguém diz adeus a não ser que queira voltar a ver-te" (ou a ler-te).




















Nota: Desta vez tive de incluir a capa do original. Não que tenho algo contra isso, mas fui de facto forçada desta vez. Porque acho que não se deve mudar a essência de nada. E toda a essência do que li está, de facto, na capa original. 
Parece-nos uma capa simples, mas a espiral e o título que refere as "tartarugas até ao infinito" dizem tudo sobre Aza. E se isto parece nem fazer sentido, talvez nada faça. Afinal de contas, o mundo está em cima de uma tartaruga, que está em cima de outra tartaruga ... são "tartarugas até ao infinito".

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