Pelas ruas de uma cidade sem nome - Carla Ramalho

Nem sempre é fácil chegar perto de um livro desconhecido, de um autor desconhecido - mas desconhecido mesmo! não só para nós mas, infelizmente, para a maioria. Chegarmo-nos perto de um autor que não conhecemos, de quem nunca ouvimos falar, de quem não temos qualquer tipo de opinião ... 

Ainda assim, eu peguei no "Pelas ruas de uma cidade sem nome". E ainda bem que o fiz! 

Na verdade, tive a sorte de "tropeçar" nesta autora durante o meu dia-a-dia. Troquei pouco mais do que meia dúvida de palavras com a Carla. Mas tive desde logo vontade de pegar em algo escrito por ela, porque não? De entre os dois livros que escreveu, achei que este era o meu género. E não estava enganada. 

Mas eu acho que aquilo que senti ao ler este livro não foi um simples "faz o meu género". Não. Este livro tem qualquer coisa que nos desperta todos os sentidos e emoções e mais alguns! A história está escrita de uma forma que nos choca, que nos transporta para o lugar da outra pessoa e que nos faz sentir as suas dores e os seus medos. Porque é uma história que nos fala muito de dores e de medos, de mudança e de coragem, mas acima de tudo da nossa força de vontade que se sobrepõe a qualquer fado ou destino. 

Enquanto nos fala da prostituta e do escritor - que têm bem mais em comum do que possa parecer - a autora conta-nos uma outra história, que parece nada ter a ver, mas que ao fim e ao cabo, tem tudo a ver! 

É um livro pelo qual me apaixonei essencialmente por me fazer dar voltas no sofá enquanto estou a ler, por me fazer gritar "NÃO PODE!" mas pode ... pode sempre! Está repleto de reviravoltas que vão para além do surpreendente, que nos fazem questionar acerca de nós próprios. Afinal de contas, quantos de nós estarão na mesma situação da Madalena?
Só quem leu percebe a referência. E quem não leu, devia! Porque sem dúvida que serão 128 páginas muito bem passadas. 

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