Com um pé na Terceira

"Vamos a Angra do Heroísmo" - dizem-me assim que chego a casa. Fiquei chocada, admito. Mas querem me levar de férias para o meio de nenhures? "Vai ter mesmo de ser?" - respondi. Mas sim, teve mesmo de ser. Felizmente! 

O avião aterra. As portas abrem-se. O frio incomoda! Incomoda de verdade! Afinal, os alentejanos viajam para todo o lado como se em todo o território nacional fosse tudo tão quente e seco como é no Alentejo. Mas não é. E nos Açores, estava frio. O vento era cortante. Mas com ele chegava até nós um aroma a campo, a flores e a paz! - se é que a paz tem cheiro.
Entramos no aeroporto e somos recebidos por um magnífico cartaz "Bem-vindo à Terra das Vacas Felizes!". A partir daí eu soube que aquela viagem tinha tudo para correr bem: afinal com tantas mensagens de boas vindas, tinham logo escolhido esta! Estupendo!

Não falarei sobre o hotel porque apesar de luxuoso, é mesmo o menos importante de toda a viagem. Então basta dizer-vos que foi o primeiro sítio que visitamos, mas com um e apenas um objetivo: deixar "tralhas" e vestir casacos.

E assim foi, já com casaquinhos vestidos saímos porque alguém teve a MELHOR ideia de toda a viagem!
"Vamos passear pela cidade a pé!" 

Deviam ser por volta de seis horas da tarde. A luz na cidade era estonteante. Apaixonei-me por Angra!

Nenhum de nós conhecia minimamente a cidade. Então saímos do hotel completamente à nora. Virámos para o lado do centro da cidade e assim fomos deambulando, sem destino e sem rumo definido. 




Angra é colorida, lisa e incrivelmente bela. Em todos os recantos nos perdemos em detalhes que nos cortam a respiração. Ou é porque há flores nos candeeiros ou porque até o sol e o céu parecem estar em perfeita harmonia com todo o ambiente que se instala em cada rua. 

No final daquele que foi um dos melhores passeios a pé que já fiz fez-se hora de jantar. Tivemos a felicidade de encontrar a marina de Angra e achar por lá um restaurante incrível. Cais de Angra. E se Angra já me tinha conquistado pela visão, o paladar arrebatou-me completamente. 




Claro que a ilha Terceira não é só Angra do Heroísmo, mas pouco tempo nos restava por ali. De qualquer forma embarcamos, no dia seguinte, através de uma viagem pela ilha. Tivemos a sorte de encontrar o "Táxi Amigo" e ser acompanhados por um dos açorianos mais simpáticos de toda a ilha!

Ao longo da ilha pudemos ver aquilo que são os verdadeiros "ícones da Terceira" - o que não quer dizer que fossem mais apaixonantes do que as ruas de Angra, mas eram igualmente magníficos. Pude conhecer alguns dos impérios - que são, felizmente, mais que muitos! 
Avistamos o Alto da Memória. Visitamos maravilhosos jardins, rimos muito e comemos ainda melhor! Avistamos paisagens de arrepiar e muitas delas fui incapaz de fotografar por emoção ou, muitas vezes, por obter imagens que não faziam jus ao que estava diante dos meus olhos. 
Assim sendo, muitas dessas paisagens existem agora só nas nossas memórias. E, claro, lá no sítio onde as descobrimos e ... onde eu hei de voltar!







Porque me apaixonei completamente pela ilha Terceira e por Angra do Heroísmo! Porque me conquistou com as cores, os sabores e, acima de tudo, com os sentires. 
Porque a ilha se sente em cada passo que se dá! 

Angra, até um dia!

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